quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O lobisomem da Pedreira

O pior medo do homem é o desconhecido


O Grande pavor do escuro durante periodos históricos em que a lâmpada não existia, onde só restava as pessoas passarem a noite a luz de vela, o que para muitos era oneroso, já que a vela sendo único instrumento destes periodos era cara e muitos preferiam passar a noite no escuro do que gastar totalmente a vela ou deixa-lá pra ser usada diante de algum perigo ou fulga no meio da noite, sendo assim os monstros que povoam a nossa mente e que nascem do nosso medo e ganham vida tornando-se parte da cultura de cada pessoa.
No mundo contémporâneo com a invenção do cinema pelos irmãos LUMIERE no final do secúlo XIX e mais precisamente com o EUA no início do século XX em que o cinema torna-se em indústria trazendo atona os monstros de várias culturas tornando-os populares no mundo todo, por isso a mente humana a máquina mais poderosa do mundo constroi sua cultura a partir do meio em que se nasce o que é bastante estudado por antropólogos e psicólogos sempre dialogando com a História e a Arqueologia, assim é fundamental está introdução para se entender a finalidade deste trabalho que tem por objetivo o estudo da estória do Lobisomem no bairro da Pedreira, citado pelo autor Walcir Monteiro na obra: Visagens e Assombrações de Belém.
Muito pouco se conhece  do nosso lobisomem e de suas caracteristicas fisicas e psicológicas, sua ferocidade e o motivo de sua metamorfose, por isso Walcir Monteiro através do livro "Visagens e Assombrações de Belém remete a algo já praticamente esquecido e cunhado em parte no bairro da Pedreira sobre o Lobisomem que misticamente assombrava este bairro e até conversando com pessoas de 74 anos e 30 anos de bairro descobri que muitos deles não ouviram falar desta lenda  e que poucos conhecem um pouco do que se trata esta lenda e de sua implicações históricas.
Bem a estória em descrédito no meio popular, mas que no passado especificamente na década de 50, onde a iluminação e a insalubridade do bairro refletiam a cultura paraense e sua formação sincrética como nos apresenta Laura de Melo e Suza, autora do livro O Diabo e a Terra de Santa Cruz: feitiçaria e religiosidade popular no Brasil colonial, 1986.
 Laura de Melo Souza, fala sobre a edenização da natureza no novo mundo a partir do olhar etinocêntrico europeu citado nas figuras dos viajantes Rocha Pita, Knvet, Gandavo, Lery entre outros que descreviam e tiravam suas conclusões da natureza americana, criando a imagem do antigo edên descrito na biblía, porém apesar da edenização da natureza da nova orbe e a detratação do ser que vivia nestas terras ou seja os ameríndios tratados como monstros e barbáros na sua cultura e diabolicamente marcados, traziam em seus costumes a imagem do diabo, porém diz Tzvetan Todorov na sua obra, A conquista da América, que sempre que ocorre a conquista de um povo sobre o outro  não ocorre especificamente um etnocídio, mas sim o surgimento e entrelaçamento entre as culturas onde os dominados criam subterfúgios para manter viva sua cultura, assim como o conquistador sofre também influências e pode adquirir caracteristicas da cultura dominada, sendo este acontecimento quase que imperciptível para os atores sociais.
Assim a crença no lobisomem e um exemplo deste imbrincamento entre culturas, pois, a crença do lobisomem vêm da Europa e chega até o Grâo-Pará trazida pelos portugueses, sendo aqui resignificada e adaptada, já que se adiciona e subtrai certas caracteristicas dando novas feições a lenda do lobisomem

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